Do happening a performance: do acontecimento a ação
Por Jota Medeiros
Para o poemúsico John Cage “Tudo que fazemos é música; há teatro o tempo todo...” em 1952 acontece o seu primeiro happening. Lebel define “O homem não é mais artista, ele é a própria arte.” A ação tropicalista de Flávio de Carvalho, em 1956, ano inaugural do movimento internacional da poesia concreta é um fato pioneiro em que, “O corpo é o motor da obra”, como se expressaria o crítico Frederico Morais. O envolvimento torna-se vital em seu contexto, ambiental (enviroments). Possue as suas reminiscências em certas ações DaDaÍsTaS; Marcel Duchamp, até algumas “presepadas com fins artísticos” do poeta moderno potiguar Jorge Fernandes. Este teatro-de-artista teve o seu apogeu nos anos 1960 se desenvolvendo mais especificamente no espaço público, urbano. Esta relação “arte & vida” é bem característica do trabalho desenvolvido com desempenho corporal dos artistas neo-concretos Lygia Clarck com a sua arterapia e Hélio Oiticica com os “parangolés das capas”, em que assume uma característica diversa, de acordo com cada contexto cultural em que é apresentada a performance.
Nos anos 1970 esta arte ritual se interioriza e se desenvolve como performance (Ver Body Art) em o que importa é o registro fotográfico do “corpobjetobra”, a reprodutibilidade, uma ação predominantemente individualista, o artista se auto-expressa.
Paik, Vostell, Kaprow, integrantes do grupo Fluxus, são artistas que predominantemente atuaram nesses acontecimentos poéticos, entre os brasileiros podemos citar Aguilar, Bruscky, Jota Medeiros, Granato, Wesley Duke Lee, atuantes em seus acontecimentos e/ou ações performáticas.