O vídeo-como-arte

Por Jota Medeiros

L'Olympe de Gouges in La fée électronique, 1989, de Nam June Paik (Séoul en 1932), Musée d'Art Moderne de la ville de Paris. 12 postes de télévision en bois, 12 moniteurs couleurs, 1 lecteur vidéodisque laser, tissu, fleurs en tissu

Commande de la Ville de Paris dans le cadre du bicentenaire de la Révolution française, photographiée lors de son installation devant La fée électronique de Raoul Dufy en 1989 - Voir le dossier sur http://www.v1.paris.fr - June Paik

http://www.dhm.de/lemo/html/biografien/VostellWolf/

Regina silveira - http://www.bravoonline.com.br/noticias.php?id=32

O teórico alemão Walter Benjamim no inicio dos anos 1930 preconizou “A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica”, destacando a inútil polêmica acerca da fotografia como arte. No início dos anos 1960 essa polêmica se amplifica com o advento da vídeo/arte. Hoje, numa sociedade robotizada, ficamos por demais perplexos com os avanços da arte/ciência, arte/tecnologia.
A vídeo/arte possue suas raízes no cinema experimental praticado pelos soviéticos nos anos 1920, sob a mais nítida influencia do marco do cinema conceptual, Dziga Vertov.

Dziga Vertov: http://www.sensesofcinema.com/contents/directors/03/vertov.html

Com “O homem da câmera”. Seguiram-se outras experiências, como as ligadas a Bauhaus, na Alemanha no inicio dos anos 1930. Em 1951 o brasileiro Palatinik, seguido de outros nomes internacionais, cria a arte cinética, marco da arte/tecnologia que teve o seu apogeu nos anos 1960. Por esta época surge a vídeo/arte, sendo pioneiros desse processo, o coreano Nam June Paik e o Alemão Wolf Vostell.
Ambos ligados ao núcleo de música experimental e concreta sob a direção de Stock Hausen, na estação de rádio experimental de Colônia, da Rede Nacional da Alemanha Ocidental.
No início dos anos 1970 Paik muda-se para Tóquio e EUA, onde trabalha em colaboração com o poemúsico John Cage. A vídeo arte é uma expressão nascente interativa, tendo a música como principal norteador criacional aliada os demais processos reprodutivos interacionais para Zanini “No Plano da Multimídia, o VT (Vídeo Tape) é certamente um dos veículos mais suscetíveis – senão o mais – de criar nova dimensão gestaltiana para o discurso poético e de, portanto, contribuir ativamente para atuação do artista na sociedade e de fazer a comunidade a que pertence participar dos eventos da arte”. ( Pececinini, p. 88). A Televisão comercial se restringiu a convencionalidade de uma linguagem limitada ao repertório da cultura-de-massa (mass media). Na operação da vídeo/arte o artista interfere em sua estrutura convencional criando novos signos geracionais de novas comunicações, signagens gerando signagens, extrapolando as fronteiras de uma “Estética Circunscrita”.
O vídeo/arte transita o território ambivalente da intersemioticidade, interagindo com o corpo e a paisagem, o texto e o objeto. Entre os pioneiros da vídeo/arte no Brasil podemos citar Aguilar, Ana Bella Geiger, Ivens Machado, Regina Silveira e Gabriel Borba, entre outros.
No nordeste os primeiros artistas a trabalharem o vídeo como expressão artística foram Paulo Bruscky, Bené Fonteles, Leonhard Frank Duch, Jota Medeiros e Marconi Edson, no final dos anos 1970.
Hoje a prática da vídeo/arte tornou-se realidade, pela acessibilidade aos meios, a facilidade de produção e reprodução, e a qualidade técnica, indo desde a utilização doméstica do aparelho de telefone celular as mais sofisticadas câmeras digitais.
Finalmente a arte-do-vídeo acha-se inserida no contexto da arte comtemporânea.

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