O vídeo-como-arte
O teórico alemão Walter Benjamim no inicio dos anos 1930 preconizou “A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica”, destacando a inútil polêmica acerca da fotografia como arte. No início dos anos 1960 essa polêmica se amplifica com o advento da vídeo/arte. Hoje, numa sociedade robotizada, ficamos por demais perplexos com os avanços da arte/ciência, arte/tecnologia. |
A vídeo/arte possue suas raízes no cinema experimental praticado pelos soviéticos nos anos 1920, sob a mais nítida influencia do marco do cinema conceptual, Dziga Vertov.
Dziga Vertov: http://www.sensesofcinema.com/contents/directors/03/vertov.html |
Com “O homem da câmera”. Seguiram-se outras experiências, como as ligadas a Bauhaus, na Alemanha no inicio dos anos 1930. Em 1951 o brasileiro Palatinik, seguido de outros nomes internacionais, cria a arte cinética, marco da arte/tecnologia que teve o seu apogeu nos anos 1960. Por esta época surge a vídeo/arte, sendo pioneiros desse processo, o coreano Nam June Paik e o Alemão Wolf Vostell. |
Ambos ligados ao núcleo de música experimental e concreta sob a direção de Stock Hausen, na estação de rádio experimental de Colônia, da Rede Nacional da Alemanha Ocidental. No início dos anos 1970 Paik muda-se para Tóquio e EUA, onde trabalha em colaboração com o poemúsico John Cage. A vídeo arte é uma expressão nascente interativa, tendo a música como principal norteador criacional aliada os demais processos reprodutivos interacionais para Zanini “No Plano da Multimídia, o VT (Vídeo Tape) é certamente um dos veículos mais suscetíveis – senão o mais – de criar nova dimensão gestaltiana para o discurso poético e de, portanto, contribuir ativamente para atuação do artista na sociedade e de fazer a comunidade a que pertence participar dos eventos da arte”. ( Pececinini, p. 88). A Televisão comercial se restringiu a convencionalidade de uma linguagem limitada ao repertório da cultura-de-massa (mass media). Na operação da vídeo/arte o artista interfere em sua estrutura convencional criando novos signos geracionais de novas comunicações, signagens gerando signagens, extrapolando as fronteiras de uma “Estética Circunscrita”. O vídeo/arte transita o território ambivalente da intersemioticidade, interagindo com o corpo e a paisagem, o texto e o objeto. Entre os pioneiros da vídeo/arte no Brasil podemos citar Aguilar, Ana Bella Geiger, Ivens Machado, Regina Silveira e Gabriel Borba, entre outros. |
No nordeste os primeiros artistas a trabalharem o vídeo como expressão artística foram Paulo Bruscky, Bené Fonteles, Leonhard Frank Duch, Jota Medeiros e Marconi Edson, no final dos anos 1970. Hoje a prática da vídeo/arte tornou-se realidade, pela acessibilidade aos meios, a facilidade de produção e reprodução, e a qualidade técnica, indo desde a utilização doméstica do aparelho de telefone celular as mais sofisticadas câmeras digitais. Finalmente a arte-do-vídeo acha-se inserida no contexto da arte comtemporânea. |